31/10/2011

Desconexo

                                                        
Nada mais poético do que não ter certeza de absolutamente nada. Para quê ter  fingir ter convicção sob algo que lá na frente pode te surpreender? Os melhores amores, sentimentos, sensações e emoções não são palpáveis, escapam entre os dedos, vêm das maiores dúvidas. Tudo segurado à força torna-se real demais para essa vida e, logo, perde seu nobre valor. 
                                                             

26/10/2011

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Na minha vida sempre pus metas escritas em pedaços de papéis. Muitas delas, não realizei. Não culpo ninguém, e seria um tolo se o fizesse. Mas, sempre acredito na minha capacidade de ultrapassar limites. Nas transformações que habitam o meu ser. Sou meu próprio inferno. Todas as interrogações profundas no meu cerne são devido a minha personalidade, ou quem sabe, a falta dela. Às vezes me ponho em uma redoma de vidro, porém depois de alguns segundos saio dela. Esse caos enfrentado. Essas sufocantes responsabilidades me frustram. Me fecham. Me cercam. Me levanto. Caminho. Cambaleio. É muito difícil. Viver é tarefa árdua. Ainda mais quando se é questionador. Poucas pessoas e coisas me agradam. É preciso ter força. E, a encontro em seres que dividem comigo os sentimentos mais sublimes. Agradeço a eles. Sei que sou capaz. Forte. (Fraco). Acho que o falta pra mim é degustar novas experiências. Tudo tá com poeira. Conhecido. Não desejo mais sentir esse vácuo. Essa rotina controladora de impulsos, de devaneios, me fere. Enquanto não ocorre alteração, tenho a minha vida na madrugada. Meus silêncios. Meus desabafos. Meus choros. Meus gritos. Meus textos. Meus filmes... Tenho a mim.

24/10/2011

Último Discurso


"Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover todas as nossas necessidades. O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma do homem, levantou no mundo as muralhas do ódio e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas duas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido."
(O Grande Ditador - Charles Chaplin)


Após 71 anos, tais feridas, ainda, permanecem abertas. 

23/10/2011

Transparência

Não peço nada além de sinceridade: um tapa na cara, uma verdade que fere, um soco que acorda. É melhor que qualquer tipo de sonambulismo ilusório. As pessoas se habilitam a isso, pensando que, de alguma forma estão amenizando a dor: colocando um pano por cima, varrendo para debaixo do tapete. Pelo contrário, a dor não sentida hoje, se duplica, triplica, quadruplica, qualquer que seja o "plica" no amanhã. Não alimente futuras noites em claro no tremendo escuro da madrugada. Monólogos. Devaneios. Diga que está com saudade quando, verdadeiramente, sentir isso. Não esbanje pseudos-preocupações. Não desperdice "eu amo você". Raízes retiradas matam as flores, as frutas, as folhas... Esperança de um mundo no qual poderemos confiar no que seja ouvido, escrito por qualquer pessoa.

20/10/2011

Título da Postagem


"No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar:
um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento..." 

(Mário Quintana) 



18/10/2011

Rosas de Plástico


Sintético. Ferrenho. Inflexível. Imortal. Intransigente. Fechado. Casulo. Sem chaves. Intransitável. Assim são as pessoas "rosas de plástico". Sem raiz, não se alimentam do que vem da terra, não se sujam nem se nutrem. Próprias escolhas. Qualquer lugar. Vaso sem água. Mesa de jantar. Entrada da casa. Poeira.Tem auto-proteção grandiosa, sendo assim, mínimas vezes desabrocham para o mundo. Idéias centradas. Racionais. Cérebro. 10º graus. Lógica. Pouco sofrimento. Pouco envolvimento. Pouco ardor. Pouca entrega. Medo? Lágrimas de cola quente. Cicatrizes as fazem atrofiar. Belas, como todas as flores, tem a inteligência como característica atrativa. Rosas de plásticos explicam o que sentem, tentam decifrar o amor e sonham pouco. Rosas naturais sofrem mais, aprendem mais, amam mais, sonham demasiadamente. Estão dispostas na hora, simplesmente, vão... Como já diria a música: "As flores de plástico não morrem". Estão lá firmes e fortes. Enquanto, as naturais fenecem, porém como toda matéria viva: renascem. Após cada baque, queda, choro. Rigorosas. Corajosas. Prontas para um novo ciclo.