26/08/2014

Fim

A morte nos intriga. Não sabemos nada sobre. Não sabemos se dói, se é rápido. Imaginamos a nossa morte do jeito menos penoso possível. Tudo menos isso, tudo mesmo aquilo. Queremos morrer velhinhos, dormindo, na santa paz da nossa casa. Porém, não é assim que acontece. Não há roteiros, não há avisos. Do nada, tudo poder ser perdido.  Do nada, tudo planejado se esvai. Do nada, a vida te para para sempre: seus sonhos, seus amores, sua luz. Do nada, o hoje é o fim. Somos nada, admitamos! Tão frágeis perante o que nos cerca. Tão simples, tão pequenos, tão ínfimos. Apenas pó.
A quem fica se habitam a perda, a dor, a raiva por não saber como agir. Culpa-se a tudo e a todos. Dizem que deus sabe o que faz, eu não acredito. Para algumas pessoas, isso conforta, diminui. Faz com que a aceitação chegue mais ligeira.
Um aperto me aflige por não sabermos nada sobre vida, muito menos sobre a morte. Somos tão acostumados a lermos manuais, de termos tudo mais fácil em nossas mãos. Entretanto, sobre a morte, a única certeza é a de que não sabemos se voltaremos para casa hoje.