17/06/2011

Soletre Felicidade


Se tudo na vida é relativo. Relativo também é o conceito que cada um traz consigo da felicidade. Para uns, felicidade é: verdinhas no bolso, cerveja na geladeira, roupa nova no armário. Para outros, a felicidade representa o sucesso, a carreira brilhante, o simples fato de se achar importante, ainda que não seja, na verdade, bem assim. Para outros tantos, ser feliz é enxergar o mundo, é conhecimento vasto das coisas da terra e do ar.
Mas, para mim, ser feliz é diferente. Ser feliz é “apenas”, ser gente. É ter vida.
Ser feliz é ver todo dia 
Um sorriso de criança;
É música, dança, corpo
Paz 
e o prazer de descobrir que a cada dia
A vida reinicia, a cada alvorada.
Ser feliz é ter azuis na janela, 
É suco de maracujá, 
É pipoca na panela, 
E um CD de MPB, 
Para esquentar o coração.
Ser feliz é aproveitar ao máximo um sol radiante, 
Frio agasalhador
Chuvinha ou temporal,
Sentir o arrepio do vento em minha pele.
Felicidade, 
é sentir seu gosto em minha boca, 
seu toque em minha pele, 
seu cheiro em meu corpo, 
sua nudez em meu mundo, 
sua sensualidade em minha vida, 
seu amor em minha alma.
Soletro felicidade: v-i-v-e-r.


   

15/06/2011

Detrás




Não procure idéias óbvias,
raciocínios lógicos.
Não perca seu tempo nessa busca.
Sinta! 
Não formule.
Leia com os ouvidos
Ouça com a pele.
Escute o sussurro de cada letra que foi formada, dita, escrita...
Guarde.
Não apenas passe os olhos pelas linhas
Busque o que há por trás: o escondido, o inóspito.
Não se engane com sorrisos, lágrimas, despedidas
Há diversos fatos por debaixo dos panos, por trás dos olhos, por trás da alma.
Busque entender a mensagem,
A discordância da arte, do ser...

13/06/2011

Sereno (?)


Sede. Oscila. Marca presença. Nesse momento, tenho sede de mais paz, de serenidade, de calma. Sede de poder sentar e, simplesmente, vir as “reticências”. De olhar para o nada e pensar nele, sem o amanhã para me beliscar. Tenho sede de relaxar, de o meu corpo poder ter tempo e mais tempo para usufruir o mero: silêncio. Necessito até da última gota que é desperdiçada junto ao copo. Quero enjoar-me, afogar-me, para que possa voltar com a certeza de que bebi bastante da fonte. Som dos pássaros voando, cabelos ao vento e olhos fixados no infinito fazem uma falta enorme e deixam-me com a garganta seca. 

02/06/2011

Desconectar

Diversas coisas nos prendem. Fazem-nos parar, evitar. A claustrofobia está tão presente. O dia-a-dia é tão asfixiante. Os sentimentos por vezes são esquecidos. A realidade fere nossa pele, faz com que nos esqueçamos do que há por dentro, esfria o coração tornando-o um mero pulsar. O amanhã nos arrepia, nos congela. Esquecemos que o nosso corpo fenece, não admitimos ficar doentes. Queremos saúde, mais saúde, essa física. Deixando de lado a espiritual. Esquecemos de nos libertar de pessoas, opiniões, sentimentos enraizados em nossa falência. Botamo-nos em um quarto escuro, ficamos acuados, aceitamos. Esse quarto escuro que fere a alma. O homem é uma criação divina. Embora todos os avanços da ciência tentem decifrar a combinação perfeita para recriar algo, pelo menos, semelhante a nós, as limitações são evidentes. Na direção contrária o homem vai deixando-se aos montes bem devagar. As mais evidentes características que nos diferencia dos demais vivos vão sendo perdidas pelo caminho. Autômatos repetimos rotinas, tampamos os ouvidos e fechamos olhos para realidade do mundo. Fechamos a janela. Trancamos a porta. Fugimos do mundo, fugimos de nós. Encontrar a si dói, mostra o que há por trás do corre-corre. Tornamo-nos funcionários serventes a objetivos claros. É preciso que o homem tenha, na sua jornada diária, alguns minutos para si, desligando-se das influências externas, dos outros. Permitamos isso. Quantas histórias temos deixado de participar, quantas vezes privamo-nos, isolamo-nos no nosso mundo? Não há tempo para sentar e degustar nossa refeição com tempo suficiente para saciar nossa necessidade, aceleramos as garfadas, atropelamo-nos. O mundo exige bastante de nós, é fato. Mas, é diferente participar e ser tornar escravo. Doemos um instante para nossa vida. Corremos até onde estejam pessoas amadas e demos um abraço, com a mente aberta, limpa. Renasçamos! Sejamos corajosos. Soltemos a borboleta. Permitamos que ela voe com toda beleza guardada em si. 

01/06/2011

Fluir para Fruir

Quantas vezes não estamos querendo controlar tudo? Controlar os acontecimentos, as situações, os outros, os nossos estados de espírito, pensamentos e emoções, até desperdiçar? Precisamos aprender a não controlar, a darmos espaço para as energias do Universo dançarem a nosso favor. O que há de acontecer, acontecerá. A vida acontece! Pra que a pressa? Trabalhemos a calma, até porque a pressão do entorno é muito grande, mas tornemos a nos levantar e deixemos... fluir.