10/12/2011

Nunca fomos tão felizes!


Tudo bem, não acordei com o melhor dos humores neste sábado. Alguns mais chegados diriam que não é uma grande novidade, 60% de razão. Mas, é extrememante irritante essa exigência de estarmos felizes todo o dia e o dia inteiro, não? Eu, pelo menos, me aborreço demais com isso. Principalmente, nesse tempo de final do ano. Vish! Felicidade imposta por berlindas, cânticos natalinos, vermelhos-verdes e sorrisos de desejo de um ano melhor. Não que eu não goste disso, apenas, não gosto de nada forçado, nada mecanizado, nada imposto. Ações compelidas! Isso tudo me dá náuseas. Como se a felicidade fosse um estado induzido por máquinas que aceitam todo o tipo de cartão de crédito. Ou, ainda, como se fosse manuseável estabelecer um período mágico com cheiro de solidariedade e compaixão. Evidentemente, não tenho absolutamente nada contra a felicidade e o que ela representa. Porém, contra imposições e artificialidades, tenho tudo. O que eu quero afinal? Nem eu sei ao certo, para ser bem sincero. Me igualo à meia-dúzia de desajeitados não encaixados nessa magia, nesse brilho não-eterno, de mentes manipuladas. Que venha 2 de janeiro! Onde as pessoas começam a ser o que realmente são, onde mostram a ignorância, o desprezo, a carne viva de suas faces. Gosto disso! Quando todos são verdadeiros consigo e com o mundo. É um alívio! Haja ceticismo pós-moderno para conviver com tudo isso. Ai, que saudade da boemia da bossa nova, apesar não ter vivido nesse tempo. Tempo de dor de cotovelo, solidão e melancolia. No tempo que doer era tão bom. Não era estúpido. Não era estranho.