Amor

"Frasco garrafal

de perfume

adoro

tirar

   a tampa."

                                                       (Elisa Andrade Buzzo)

Cena, amor...

Você me perguntou se sou feliz. Indaguei: "com você?". Você respondeu: "é". Eu, prontamente, disse um sim e completei dizendo que não tinha dúvidas. Você questionou: "como você sabe?". Respondi que eu não sabia, mas que ao seu lado eu me sinto bem, me acalmo, encontro o que quero/quis. "Então qual é a dúvida?", você disse. Me calei devido ao fato de ser um tolo. Pela insegurança me agarrar forte. Por vezes, exigir o que eu mais tenho: você. Por eu ser, assim, sufocante.

Desculpa, amor. É que não sou acostumado com tanta felicidade na minha vida. Chego até a duvidar dela. Como se eu não pudesse tê-la por tanto tempo no peito. Aí, acordo desse transe e lembro da felicidade de hoje e de amanhã: nós. E, olhando para o nada, sorrio, graciosamente...

  

"Não, não diga que eu lhe trato mal,

Eu tento tanto te fazer feliz,

Acontece qu'eu sou desastrada.

Não, eu nunca quis te machucar,

Prometo que vou deixar de cena,

Acho que eu só quero ser amada."

Poético Desconcerto

Não entendo. Como me sinto ao seu lado e, principalmente, quando não estou perto de você. Me deixas desconcertado, leso, bobo. Me amoleço. Meu coração por reconhecer você, seu jeito, sentir sua pele, seu beijo, acelera. Fico por vezes com falta de ar. Não sabias disso, né? É que sou bastante discreto. Como pode? Podes me dizer? Olha o que fazes comigo! Não imaginei que ficaria assim. Eu que estava, de alguma forma, desacreditado, voltei bem rápido à minha característica de me entregar. Sinto saudade constantemente. De te ter em meus braços. De encontrar sua orelha. De sentir seus lábios tão macios. De juntar minha mão à sua.
Brilhos nos olhos. Arrepio na pele. Gritos surdos. É assim que me encontro. Assim que me deixas. Me encontro feliz por todos os passos que já seguimos juntos. Que venham mais! Tenho sede de você.
Que amor, que amor.