Se definir é bem árduo. A partir desse momento encara-se o mundo de uma nova forma. Põe à frente um circunscrito. Pôr um adjetivo após a pergunta: "quem sou eu?" é digno de coragem ou insensatez (?). Não cabe a mim. Não me permito. Adjetivos cessam. Transitórios. Sou cheio de crises. De tudo que se possa imaginar. Não verbalizo. Não sei resolver. Ninguém sabe. Vivo cada dia na sobrevivência que tenho ou vivo na vida que me leva. Sobrevivo e vivo. Há dias escrotos e lindos, normal. Mas, a cada dia sinto-me diferente. Quando olho pra trás, vejo o quanto mudei, não me refiro a aparência física, isso pouco me importa. Refiro-me à questões antes inimagináveis. A pensamentos antes longínquos. À situações antes de fazer-me de cego. Passei por tudo, e cá estou. Não sei de nada, quem sabe? Sou um apenas um jovem num mundo de bilhões de anos, que colocará pés para tropeçar e mãos para levantar. Na velha e derradeira frase: "definir-se é limitar-se", onde está o erro? No "se". Não se ponha dentro desse verbo. Há um limite enorme, uma faixa ao alcance dos olhos. Vôos fragéis. Raízes ferrenhas. A qual verbo refiro-me? Só vejo um nesta pergunta - sinônimos. Cada situação faz de mim uma outra pessoa. Naquele momento, sentindo na tez, posso adjetivar-me. Após: ?. Eu sei só de uma coisa. Prazer, Antônio. Pergunta respondida.
