16/08/2011

Eu > tu > ele.

Em uma sociedade predominantemente capitalista, a idéia de um ganhar e outro perder, é quase um pleonasmo. Viver aos moldes do capital exige de todos o despertar de um animal com sede de vitória. Assim, o sistema - impiedoso - exclui a minoria que não se adequa, logo, dá início a preconceitos, repugnâncias, violência. Altruísmo se vê pouco, em oposição ao rei dos discursos: "Eu posso, Eu quero, Eu faço..."
Um exemplo desse egoísmo nato é a escola, onde a forma de se sobrepor ao outro é em um conhecimento (falho), onde aprende-se a calcular, interpretar questões e redigir textos rapidamente. Entretanto, quem consegue driblar tudo isso com maestria é denominado inteligente. "Todos" querem esse lugar. Então, começa  uma guerra, em busca do poder de ser esclarecido, mas não sutil. E quem está de fora é considerado burro, preguiçoso. A verdade é que se aprende mais na rua do que em quatro paredes que fazem um ângulo de xº.
Porém, houve, sim, um tempo em que o homem por sobre a Terra viveu em harmonia. Difícil de acreditar, mas houve. Nos primórdios do planeta, os antepassados viviam bem em comunidade, a partilha era lei que vigorava. Todos comiam. Todos bebiam. Interdependência. Para reprimir esse sossego adquirido pelo homem, o próprio criou as tecnologias, indústria da moda, dinheiro. Antes, o líder era aquele que obtinha maior conhecimento. Passado alguns séculos esse conceito mudou. Foi propriedade de terra, escravos, operários e, hoje? Pedaço de papel com faces de homens poderosos, representado em objetos que se fenecem, se deterioram. 
O que se vê, se vive é o atrofiamento do cérebro, como consequência o atrofiamento das idéias e ideais. O eu está demais em vigor, conjugado em verbos egocêntricos. Perde-se o nós: Nós faremos, Nós conseguiremos, Nós ajudaremos. Onde está? No período das cavernas, certamente, esquecido pelo homem, esse animal troglodita.