Ele girou o pedaço de pau com toda a força, pondo no giro todo o peso de seu corpo. Quando o objeto atingiu a cabeça do oponente, ele sentiu seu corpo tremer e quase parou devido o impacto. Suava em abundância. Houve um esguicho de sangue, que espirrou em sua blusa branca, deixando em evidência aquele vermelho, cor de cobiça.
A platéia urrava por mais. Aquilo ali, não era o bastante. Xingavam com vigor. Pressionavam. O espetáculo apenas estava no começo. O próximo chegou, outro homem preparado para lutar vorazmente até o último suspiro. Trocavam-se apostas. Quem seria o campeão? Circulavam próximo ao outro. Não havia ódio, rivalidade. Somente, a vontade de ganhar, a vitória era o que mais importava. Ouro, fama e dinheiro estavam ao alcance do vencedor, mas antes deveriam ultrapassar todos os obstáculos.
Suor e sangue eram um só. Músculos enrijeciam exaustivamente. Rodeavam-se como animais selvagens, sem razão, apenas emoções primitivas. Sobreviver era o principal. A única e mais importante coisa que importava naquele momento.
Ele avançou com o pedaço de pau que, logo, fez sangrar a cabeça do oponente. Em seguida, acertou um chute, derrubando o adversário, aproveitando-se disso para dar mais chutes no estômago. O público urrou mais uma vez em um frenesi insaciável. Ele arfava com dor e continuava a espancar a massa morta que um dia fora seu último oponente. A platéia aplaudia estontiantemente enquanto o narrador berrava o mais alto que sua voz permitia para anunciar o vencedor. O campeão estava exausto. Foi uma fera sedente. Agora, descansava no pódio. Estava contente. Realizado.
(O que você faria por vitória, sucesso, reconhecimento? Qual tipo de armas usaria? Qual animal seria despertado em você?)
