09/08/2011
Epiderme da Alma.
A forma como a alma se expressa é serena, mansa, sem crista ou depressões. A fisionomia da alma é a da paz. A alma não se enaltece nem se desanima. Se expressa sempre no mesmo grau, pelo motivo dela não buscar nem evitar, simplesmente: nada. Não tem que ir nem chegar. A alma resisti ao que é enxergado, sem ter que justificar-se. A alma se diverte e existe sempre da mesma maneira. Tudo para ela é vida, ardor. A expressão da alma é a mais pura, singela e real do seu eu interior. Do seu esconderijo mais profundo. Do lado obscuro que habita cada um. O ser interior, quando se expressa, é a expressão da verdade, daquilo que é sentido e visto além dos olhos, sem subterfúgios, sem joguinhos sociais, sem maquiagem. Tudo é despido. Jogos e máscaras só encontram pontos em seguidas em outros jogos e máscaras, onde a permissão é encontrada. A alma quando se expressa, é sentida, vista e amada. A sua expressão toca o fundo das pessoas, de maneira sublime. Tocar as pessoas é um aspecto da alma. Para acharmos a pessoa do outro, precisamos nos expressar com a nossa alma. É ela que atinge, transforma e faz atiçar na alma: a proximidade, o toque. Na vida, não há caminho de ser efetivo sem a expressão da alma. É necessário que a alma do outro se expresse para ser recebida e atingida pela sua. A sua alma é um convite para a expressão da alma do outro. Se sua alma se esconder, se evitar, você estará demonstrando ao outro que a alma dele também não poderá ser exprimida. Então, não haverá a colisão curativa. Ele perceberá que junto de você não existem meios para que a alma dele se expresse. Uma vez que você evita a sua própria, como, então, poderá receber a dele ou a de outros? Você só receberá a alma do outro se estiver à vontade com a sua, harmonioso com seu eu. Você só achará o outro se antes tiver se achado com você. Sem você não poderá existir o outro, não poderá haver elos.
