Tenho tanta coisa para pensar, tenho tanta coisa para decidir, para fazer, para opinar, para resolver... Minha cabeça esses tempos não anda no lugar correto, esse, acima do pescoço. Ela anda voando por aí, à procura de calma, de tempo. Só durmo tranquilo, após tudo estar pronto no seu devido lugar. Acordo formulando o que vou fazer no decorrer do dia, veja só. Regulo meus passos, vou à busca de soluções. Chegar em casa já foi há anos atrás: relaxar. Hoje, se transformou em: organizar, ajeitar, terminar. Não tenho tanto tempo para as pessoas, esqueço até de mim, de como estou "físico-psicologicamente".
Encontrei a personificação da responsabilidade. Sinto a seleção natural na minha suada pele. Nunca tive que pensar tanto no dia de amanhã, nunca administrei tanto o que deveria fazer para tudo dar certo às 8h. Nunca, o hoje foi tão rápido e curto ao mesmo tempo e o ontem um simples: alívio. Minha vida tem seguido esse ritmo rápido, sufocante. Nunca perdi tanto a paciência. Eu que antes me privava disso, respirava, contava até 1000 se possível. Hoje, não chego nem a 10. Chego a não ser paciente nem comigo.
As contagens do calendário, as diminuições dos dias por várias vezes alegram-me e entristecem-me. Finais de semana são catarses. De repente, chega domingo e consigo pensamentos de outra semana que virá. Enquanto tudo é muito novo para mim, eu estranho, reclamo, quero fugir. Entretanto, sei que uma hora minha mente e meu corpo se acostumarão com esse ritmo. Pois, os dois encontram-se murchos. Espero que tenha equilíbrio, paz de espírito, saco, cabeça, Deus, luz... tudo que possa ajudar-me a respirar com mais calma, respirar fundo para depois sentir-me leve. Preciso de várias pessoas, principalmente, de mim.
