No meio do caminho
(Carlos Drummond de Andrade)
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minha retina tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
(Carlos Drummond de Andrade)
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minha retina tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
Em "No meio do caminho" há a presença da poesia antipoética, da lírica antilírica. Antagônicos, não? A travessia de todos nós entre o individual e o social é tênue. E, com ela o coração e a pedra no meio do caminho, caracterizado pelo mundo, se misturam. A pedra repetida por diversas vezes não só no poema como na vida nos faz parar, evitar, recear. Mas, não devemos dar sinal de "tudo bem". Não nos deixemos cessar. Não deixemos que o mundo nos transforme em pedras. Não nos deixemos permitir. Não abandonemos o lirismo. Procuremos: seguir...
