20/04/2011

Não querer...

                     “A renúncia é a libertação. Não querer é poder.” (Fernando Pessoa)



Me desapego e me apego à coisas, pensamentos e pessoas. Estranho seria se não levasse essa idéia comigo. Entre os dois, para mim, é mais difícil me apegar, pois pouquíssimas coisas, pensamentos e pessoas me despertam esse sentimento. Chego até demorar a me desapegar. Porém, de alguma forma é mais “fácil” e quando me desapego é para deixar para trás. O vento leva para bem, bem longe. O desapego é tão... óbvio. Talvez, porque o óbvio passe sem me chamar atenção - às vezes. Certamente, esse conceito: “viver em desapego” é um dos mais necessários quando quero mudar de rumo. Sempre anseio em mudar, mas certas vezes esqueço ou, simplesmente, não quero deixar para trás o inútil. É tão importante, desapegar, porém é um dos pontos de vista mais árduos de ser empregado. Pessoalmente, tinha uma posição equivocada sobre o que possa ser realmente o desapego. Achava que havia de me desmanchar de tudo que significasse material e me dedicar unicamente ao lado espiritual. Errado. Isso é coisa de profeta, de quem ainda não percebeu que somos 50% humano e 50% espírito. Espírito é o que somos. Humanos é o que estamos.
Não posso viver em extremos. Nem tanto desapego e nem muito ao apego. Portanto, realizar meu desapego significa dizer que me situo no meu centro. Tudo na vida é ligado ao equilíbrio e depende - exclusivamente - da maneira como aplico os meus conceitos diariamente. A vida é Causa e Consequência. Faço e recebo de volta, sempre. Sou, com minhas atitudes, o responsável pelo o que colho na minha horta da vida. Algumas colheitas, principalmente as incompreensíveis, são meus karmas, preciso aprender a aceitá-los para eliminá-los. Lutar contra eles significa prolongá-los em meus dias. Tudo o que mais se evidencia de desagradável, doloroso até, em minhas vidas, ressalto, é karma. Claro que, a esta regra há exceções, entretanto é um grande sinal para compreender tudo ao meu redor.
 As pessoas são reencontros. Raras as que, em minha vida, permanecem por anos a fio. Sem sofrer algum tipo de “abalo”. Finalmente, o desapego significa o início de minha liberdade. O fim de minha claustrofobia de valores e a oportunidade de me tornar efetivamente sabedor de quem/ o que sou. O senhor de meu destino.